5 de jul. de 2011

Escola Municipal Professora América Cheles Fernandino

Tudo começou em 1952...
Quando o saudoso Sr. Manoel José Pires e Dona Cecília de Souza Pires, resolveram doar parte da Fazenda para a construção da Escola Municipal América Cheles, nome dado em homenagem a professora falecida na época, América Cheles  Fernandino ...
Foi feita na época uma pequena estrutura aonde crianças começaram a ler suas primeiras cartilhas...   Com o tempo, perceberam que o Ribeirão que existia em frente transbordava em determinadas épocas do ano e dificultava a travessia dos alunos...Pediram então ao então  prefeito da época, Dr. Afrânio Avelar, a mudança do prédio  para depois do Ribeirão... O que foi concedido prontamente...De lá pra cá, está a 35 anos no mesmo local.
Nos últimos dois anos, com o descaso e a falta de incentivo, a escola vem passando pelo seu pior  momento em quase 60 anos de existência...Evasão de alunos e desinteresse público.
No final do ano de 2010, houve até uma reunião na escola  informando do seu fechamento,  o atual prefeito Maroca, foi sensibilizado pela história de vida em prol da escola, e permitiu que a  funcionasse mais este ano (2011)...Agora, no meio do ano...  Ronda novamente  o fantasma do desinteresse...aliás, o fantasma do interesse em fechá-la.
Hoje, posso dizer: Tenho consciência que este é um problema mais de caráter político do que de caráter pedagógico... A socialização de uma criança é um processo vasto e complexo, depende, sobretudo, da qualidade das interações com o meio físico, social e simbólico que a rodeia, depende da vivência que estabelece com outras crianças, com os adultos e  com seu espaço de referência .
Um encontro que lhes permita construir-se como pessoa.. Aonde se constrói o caráter, que permita às crianças ser integradas  numa comunidade, participando assim e também , na construção dessa comunidade.... Amar seu chão...Conhecer sua terra... Saber qual a melhor trilha... Até esta madura o suficiente, para alçar novos vôos...Baseado em que, retiram-se as crianças do seu local de origem em tão tenra idade???
Porque é que se visa simplificar, através de frases feitas, um processo que está longe de ser um processo linear? “Porque tem poucos alunos vamos fechar”??? Não pode ser tão simples...
Só a aceitação de que a solução de retirar as crianças das suas aldeias é sempre a melhor solução é que poderá explicar o silêncio ensurdecedor que se faz sentir sobre esta problemática.
Lavar as mãos!!! Simples assim...
Não! Tem que haver uma saída...

6 comentários:

Gabriel Passos 5 Período disse...

Estou com você Alê.

Gabriel

Anônimo disse...

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Mon francais n'est pas tres bon, je suis de l'Allemagne.

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Jonas Mello disse...

A educação é um direito básico que está consolidado no imaginário popular como conquista dos movimentos sociais, da população brasileira, mas tem sido negado. Isso configura um retrocesso histórico em meio aos avanços tidos no âmbito educacional, a exemplo das resoluções do Conselho Nacional de Educação, que assegura que os anos iniciais do ensino fundamental sejam ofertados nas comunidades.
No caso dos anos finais, caso as crianças e jovens tenham que se deslocar, que consigam ir para outras comunidades no próprio campo – o que chamam de intra-campo -, mas somente após uma ampla consulta e debate com os movimentos sociais e as comunidades.
Tudo ao avesso!
Jonas Mello

Anônimo disse...

Professora,
bom dia!
Estive pensando, nas últimas décadas, o avanço do agronegócio, do capital no campo, tem se intensificado cada vez mais e tem expulsado os trabalhadores e trabalhadores que ali vivem. Há uma resistência no campo, são os trabalhadores, as comunidades lutando contra esse modelo. E a escola, de certa maneira, precisa incorporar na organização de seu trabalho pedagógico essas tensões e contradições que constituem a realidade no campo brasileiro.
Há espaço para estas empresas que invadem o território do campo e precisa haver o respeito com as pessoas que estão vivendo ali.
Não é isto que aprendemos na nossa educação básica. O respeito!

Lucas Marelli

Alê Casarim disse...

Parabéns Lucas! Belo texto...
Fico muito orgulhosa de vocês...
A linha de raciocínio é esta mesmo mas tem muita coisa envolvida nas entrelinhas das compensações...
Mas vamos acreditando...
Abraços,
Alê

Anônimo disse...

Este silêncio que mata!