7 de dez. de 2011

Após desgastes...

Vamos lá... 
Quanto a Paineira da Praça Dom Carmelo Motta, ela estava realmente comprometida,  além do laudo técnico dos engenheiros florestais da SMMA, houve também a confirmação pelos técnicos do  IEF que  a melhor coisa a ser feita, seria a supressão, mesmo se tratando de uma espécie de beleza cênica.
Neste caso específico, entre manter a árvore ou a segurança dos transeuntes, optamos pela segunda opção. 
Quanto às pequenas espécies suprimidas na mesma praça, se tratava de Leucenas, L. leucocephala ,  árvore exótica e bastante invasora. Estudos revelam que a presença de L. leucocephala  em praças e parques municipais contribui para a exclusão de espécies vegetais nativas. Portanto, faz-se necessário  a retirada dessa espécie vegetal, a fim de evitar o seu estabelecimento por completo nas áreas urbanas. Plantas invasoras desenvolvem-se em ambientes onde não são desejadas, nos quais proliferam, dispersam  e persistem em detrimento das espécies nativas, causando grandes alterações ecológicas locais.  A adaptabilidade dessas espécies se deve à alta taxa de crescimento, grande produção de sementes pequenas e de fácil  dispersão, alta longevidade das sementes no solo, alta taxa de germinação, maturação precoce  das plantas já estabelecidas, floração e frutificação mais prolongadas, alto potencial  reprodutivo por brotação, pioneirismo, alelopatia e o principal a ausência de inimigos naturais,  essas características são exclusivas de espécies consideradas potenciais invasoras exóticas.
Bom, como se vê, não estão sendo suprimidas espécies sem estudos prévios, muito pelo contrário, corremos risco muitas vezes, tentando manter de pé as "gigantes verdes".
Apenas para constar, não faço parte do setor de podas e supressões, apenas me interesso muito pelo  assunto e auxilio sempre que possível e dentro das minhas limitações. Temos pessoas muito competentes no setor e aproveito apenas para aprender um pouco mais com eles.
Juntamente com os técnicos responsáveis pela arborização, trabalhamos junto na realização dos projetos executivos, desta forma facilitamos trazer recurso para a realização dos mesmos. 
Como podem ver, nosso desafio é grande, mas nem por isto impossível... Plantio de aproximadamente 5.000 espécimes adequadas ao nosso bioma.
O que é tranqüilizador, é que estamos com uma equipe de primeira na SMMA, não imaginava antes a competência que estava entre aquelas 4 paredes.
Para que Sete Lagoas possa se tornar referência em paisagismo urbano, algumas gigantes precisarão serem suprimidas seja para abrirem espaços a espécimes mais indicadas ou porque não resguardam a acessibilidade NBR ABNT 9050/2004.
Antes, não havia qualquer preocupação quanto as mais indicadas e se plantava sem qualquer norma técnica. Como exemplo, nota-se o plantio errôneo do Pau Ferro Caesalpinia férrea, na Av. Villa Lobos. 
Infelizmente, algumas sentenças de supressão precisam serem dadas e isso dói para ambas as partes, tenham certeza.
Espero ter sanado algumas dúvidas e aproveito para deixar registrado, que estamos a disposição para quaisquer dúvidas que se fizerem necessárias.

Alessandra Casarim 
Obs: Parte desta nota, foi enviada como resposta aos emails recebidos.

10 comentários:

Ramon Lamar disse...

Alessandra,
parabéns pela iniciativa de expor tais situações.
Permita-me alguns comentários:
1) Quanto à paineira suprimida: acredito que a questão teria sido minimizada se os laudos com os nomes dos responsáveis tivessem sido divulgados previamente para a imprensa. A explicação das ações, antes de executá-las, é a melhor maneira de evitar críticas.
2) Quanto às leucenas, são verdadeiras pragas e nem vejo que alguém possa estar a defendê-las. As leucenas na praça Dom Carmelo Mota e no entorno da lagoa Paulino e lagoa do Cercadinho precisavam ser suprimidas e repostas com espécies mais adequadas. Para quem não sabe, a leucena é muito boa para secar a terra, assim como o eucalipto.
3) Defendi em meu blog a supressão da Sapucaia da Teófilo Otoni. Realmente a situação daquele espécime era bem mais grave do que a situação da paineira. Outras árvores de grande porte vão precisar ser removidas. Só lamento que não se faça logo um Plano Municipal de Arborização urbana para proibir de vez espécies danosas como os Ficus benjamina nas calçadas.
4) Quanto aos paus-ferro da Villa Lobos, o melhor é suprimir todos. Sou grande defensor daquela árvore, mas ela só é sadia quando podada adequadamente. Todas ali foram irremediavelmente lesadas em podas anteriores. Não há o que fazer. Mas informem antes para a população qual o objetivo da poda. Por favor, substituam as espécis por Magnólias amarelas, arborização original da via.
Abraços para você e para todos da Secretaria.

Alê Casarim disse...

Ramon,
Sua resposta é de extrema importância, sendo você, biólogo respeitável por todos na cidade.
Quanto as supressões, o pessoal da Educação Ambiental da SMMA, passa antes informando e preparando a população de entorno. Faltou informar o restante da população... Falha que talvez possamos sanar se desenvolvermos uma cartilha com informações básicas... Tipo: Plantio de espécies adequadas a cada local e quando realmente a supressão é inevitável. O que você acha??? Aff!!! Vou pirar...ou já estou pirando.rsrsrsr... bjo

Alê Casarim disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alê Casarim disse...

O Plano Municipal de Arborização é uma excelente idéia. Vou verificar com Dani e quem sabe você também nos ajude.
Abraços meu amigo

Ramon Lamar disse...

Alê,
na minha cabeça já escrevi esse plano várias vezes. Mas para a coisa ficar mais bonita poderíamos fazer uma reunião e convidar várias pessoas, a comunidade. Não é uma audiência pública, mas uma coleta de sugestões. Eu gosto muito dessa coisa pedagógica, um construtivismo que vale a pena.
Alguns pontos que acho centrais:
1) Listagem de árvores proibidas de colocação nas calçadas.
2) Listagem de árvores sugeridas para colocação nas calçadas, com o "prazo de validade" da árvore, ou seja, data em que será feita uma avaliação da fitossanidade da mesma (podendo ser suprimida/substituída) ou adiada para mais 5 anos.
3) Determinação de espaço na calçada para absorção de água pelo solo.
4) Determinação de percentual de poda que pode ser feito pelo cidadão sem a necessidade de consulta à SEMMA. Por exemplo: 20% da copa. Um registro fotográfico poderia ser feito previamente pelo morador para o caso de uma fiscalização posterior. Uma cartilha poderia exemplificar isso e ao mesmo tempo ensinar como fazer a poda. Não sairá pior do que as podas feitas pela CEMIG!
5) Listagem das árvores permitidas para as praças (onde espécies que não são permitidas para calçadas poderiam estar presentes: castanheira, flamboyant, tipuana, ficus elastica...).
6) Programa de Remoção de Parasitas com a possibilidade de participação livre da comunidade desde que a situação da árvore seja registrada previamente em imagens (no caso de uma fiscalização posterior).
7) Um programa semelhante ao de Sabará para a jabuticabeira. Penso num bônus (2% do IPTU) por árvore de uma lista presente no quintal da pessoa (com um DAP determinado e ausência de parasitas etc).
Sonha não custa nada, né?

Ramon Lamar disse...

Puxa vida... só agora vi que escrevi no item 3 da minha primeira resposta "supressão da sapucaia". Canário... é "supressão da sibipiruna". Por que eu estava pensando na sapucaia. Coitada!

Alê Casarim disse...

Vamos amadurecer esta idéia... Como você disse, sonhar não custa nada rsrsrrs...

Ramon Lamar disse...

Já providenciei o carbureto... (rs rs rs)

Alê Casarim disse...

Seria para explodir a idéia ou para eclodir???...rsrsrrs.

Ramon Lamar disse...

Para amadurecer!!!