Muitas vezes, egoísticamente confesso, penso
que somente eu possa estar sentindo o enclausuramento causado pelo "cinza da cidade grande"... Mas é que sinto falta do
verde da minha infância, das porteiras que se abriam rumo as minhas fantasias caipiras...
Sonho com o pôr do sol, com a lua cheia, com o cheiro do mato e com o barulho
do carro de boi... Vejo dois caminhos, retornar a minha vida bucólica ou ficar torcendo para que as próximas
férias venham logo... Como a primeira opção está fora de cogitação pelo menos por
enquanto, vou encarar mais uma ruga ou um novo fio de cabelo branco que com
certeza brotarão neste cenário cinza que escolhemos viver...
Posso ser
rotulada pela essência que não deixo escapulir do meu corpo e da minha alma e
assim como a arte pode ser confundida com frescura não me importo
de ser confundida com sonhadora...
Cada vez que
deixo minhas raizes, fica mais difícil de equilibrar em outros solos, por
mais que os conheça. Coração apertado. Alê Casarim 21/07/2012
Oh! que
saudades que tenho
Da aurora
da minha vida,
Da minha
infância querida
Que os
anos não trazem mais!
Que amor,
que sonhos, que flores,
Naquelas
tardes fagueiras
À sombra
das bananeiras,
Debaixo
dos laranjais!
Como são
belos os dias
Do
despontar da existência!
— Respira
a alma inocência
Como
perfumes a flor;
O mar é —
lago sereno,
O céu —
um manto azulado,
O mundo —
um sonho dourado,
A vida —
um hino d'amor!
Que
aurora, que sol, que vida,
Que
noites de melodia
Naquela
doce alegria,
Naquele
ingênuo folgar!
O céu
bordado d'estrelas,
A terra
de aromas cheia
As ondas
beijando a areia
E a lua
beijando o mar!
Oh! dias
da minha infância!
Oh! meu
céu de primavera!
Que doce
a vida não era
Nessa
risonha manhã!
Em vez
das mágoas de agora,
Eu tinha
nessas delícias
De minha
mãe as carícias
E beijos
de minha irmã!
Livre
filho das montanhas,
Eu ia bem
satisfeito,
Da camisa
aberta o peito,
— Pés
descalços, braços nus
—
Correndo pelas campinas
A roda
das cachoeiras,
Atrás das
asas ligeiras
Das
borboletas azuis!
Naqueles
tempos ditosos
Ia colher
as pitangas,
Trepava a
tirar as mangas,
Brincava
à beira do mar;
Rezava às
Ave-Marias,
Achava o
céu sempre lindo.
Adormecia
sorrindo
E
despertava a cantar!
Oh! que
saudades que tenho
Da aurora
da minha vida,
Da minha
infância querida
Que os
anos não trazem mais!
— Que
amor, que sonhos, que flores,
Naquelas
tardes fagueiras
À sombra
das bananeiras
Debaixo
dos laranjais!
8 comentários:
E deve.
Tenho orgulho de tê-la por perto. Saiba que é suporte para muitos de nós, alunos que te adoram e te admiram de montão.
No entanto, entendo o aperto no peito, também não sou de SL e o cheiro da minha terrinha e dos amigos que lá ficaram me doem também.
Beijo Professora
Luanna Telles
Fica assim não menina...
Tá só querendo um abraço e já vai passar. Vem pra cá, que te aperto e te faço um chamego.
Faby
Flores, obrigada pelo carinho...
bjo
Você conseguiu me emocionar.
Sua Linda, não fica assim, estamos todos juntos nesta odisséia transfigurada.
Paz e Bem!
Alessandra, você me fez lembrar minha saudosa mãe. Me emocionei. Ela declamava esta poesia do Cassemiro. Beijos. Natalice
Sonhos que quero viver...
As amarras da vida são desatadas na simplicidade de momentos que por muitas vezes nos passam despercebidos. Uma amizade que a muito não ligamos, um abraço que deixamos de dar por pura desatenção, um cumprimento, um sorriso, a nossa falta de percepção da pureza de uma criança que cria soluções simples para a complexidade do dia a dia, uma pessoa que deixamos de cativar e aí por diante. São tantas as amarras que nos prendem a probleminhas, que vão se juntando e nos envolvendo com um automatismo mecâncico implacável, mas, se temos essência, se mantemos... Somos capazes de transformar para melhor.
"O motivador não é aquele que incentiva mas, sim aquele que transforma"
Sonhos que quero viver...
Alê e Rui para o divã de vocês...
Hoje acordei e percebi que o Ipê que plantei a oito anos atrás floriu pela primeira vez... Lembrei-me de vocês automaticamente e por um minuto rezei agradecendo a Deus por tê-los conhecidos... Não me perguntem porque associei as flores aos dois, como disse foi automático e este momento eu não deixei passar, fiz questão de vivê-lo.
Um grande abraço
Paulinho do Boi
Artista Amigo com Alma de Anjo...
Você nos emociona sempre!!!
Pode apostar!!! Tem coisas lindas reservadas a você no pote da vida...
Bjo nesta família linda
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